O Brasil é um país culturalmente muito rico, que se destaca pelas diversas manifestações folclóricas, tais como as lendas; narrativas que visam contar a origem ou histórias típicas do conhecimento popular.
Dentre as mais conhecidas, como a lenda do boto, ou da Iara, há também a lenda do Pequi, que conta a história de um casal indígena que, após alguns anos, foi presenteado com um filho; o qual foi levado pelo deus Cananxiué.
A Lenda do Pequi
Reza a lenda que, em uma tribo indígena da região Amazônica, vivia um belo casal: Tainá-Rancan, uma belíssima índia de cabelos pretos, e Maluá, um jovem guerreiro forte, que saía todos os dias para caçar e pescar. Além deles, havia também um jacaré de estimação do casal, que era um bom ouvinte e amigo, uma vez que também era capaz de falar.
Embora fosse um casal muito bonito e muito feliz, havia uma coisa que os incomodava bastante: eles não conseguiam ter um filho. E, por longos dias pediram ao deus Cananxiué que os presenteasse com essa dádiva. E ele assim o fez.
Em uma madrugada, nasceu Uadi, filho do casal, que era conhecido tanto por sua inteligência, quanto por sua força; e que trouxe muitas alegrias para o casal. Contudo, algo intrigava a muitos dos moradores da tribo: Uadi era loiro. E, para explicar tal fato, Maluá justificava que Uadi era filho de Cananxiué.
Certo dia, Maluá e os outros guerreiros foram chamados para a guerra, e ao despedir-se de seu filho foi surpreendido com o fato de Uadi lhe comunicar que também partiria em breve, para sua casa lá no céu. Maluá ficou assustado, e nesse momento, Cananxiué desceu dos céus na forma de uma arara-vermelha com o grito “Vim buscar o meu filho!”; e levou Uadi consigo.
Maluá partiu para a guerra, e Tainá-Rancan ficou chorando por vários dias, até que seu amigo jacaré pediu a Cananxiué que tivesse piedade deles. Desse modo, o deus voltou à terra na forma de uma arara, e disse a Tainá que das suas lágrimas nasceria um fruto de polpa amarelada como os cabelos de Uadi, e com espinhos que lembrassem a dor de sua mãe; o pequi.
Quando Maluá voltou, encontrou uma bela e frondosa árvore, cujos frutos serviam de alimento para a tribo e para vários animais. A partir daí, a cada estação de floração, o casal era também abençoado com filhos, de modo que o pequi, além de ser um fruto originado através do amor, ficou também conhecido como um fruto de grande ajuda para aqueles que tentam ter filhos.
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