Chimia herança europeia, que adoça o paladar dos gaúchos

Chimia é um doce típico dos gaúchos, herdado dos colonizadores europeus, que chegaram à região sul do Brasil, no final do século XIX.

O doce, cujo gosto do açúcar é marcante na massa pastosa de fruta e que gaúcho aprende a gostar na infância, é usado como geleia. Desse modo, é comumente utilizado sobre pães e torradas.

Origem

O doce é mais uma das tantas heranças culturais da colonização europeia. Representa também um gostinho de nostalgia para quem cresceu comendo a receita das avós, que resiste ao tempo até chegar nos dias atuais.

O termo chimia vem do alemão Schmier, que significa “algo pastoso”. Por causa das condições climáticas dos países europeus, algumas frutas aparecem, uma vez ao ano. Desse modo, com o objetivo de conservar, e poder saborear por mais tempo, surgiram as compotas, geleias e chimias.

Vale lembrar que quando os imigrantes vieram para o Brasil,  no final do século XIX, se encantaram com a quantidade de frutas no país tropical.  Devido a esse fato, o doce ganhou outros sabores tropicais tais como goiaba, abacaxi e outras frutas comuns por aqui.

Chimia (foto: Ângela Quinelato - www.coisasdaroca.com)

Chimia (foto: Ângela Quinelato – www.coisasdaroca.com)

Diferença da geleia para a chimia

A diferença com a geleia tradicional é que a massa da fruta é a base, não só o caldo. O doce é feito com a fruta escolhida, que poder ser figo, pera, damasco, uva e maçã); acrescido de açúcar e muitas mexidas para adquirir o ponto necessário. A mistura é feita com frutas naturais  bem maduras, amassadas, às vezes com a casca, sem conservantes, acrescidas de açúcar.

Além de necessárias muitas horas no fogo, que pode ser em fogão a lenha ou fogão comum.

Ademais, a fruta escolhida é apurada com açúcar, mesmo sem conservantes, cuja duração é de até seis meses. O segredo da chimia não está nos ingredientes, que envolve apenas a polpa da fruta e o açúcar; mas sim na maneira de apurá-la, pois o quitute só fica pronto depois de muitas horas de tacho no fogo.

Tradição

A tradição de fazer a chimia está presente na Feprocol, Feira de Produtos Coloniais da pequena cidade de Nova Pádua, como forma de fazer os visitantes reviverem os tempos antigos e suas tradições.

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