Picuá, artefato muito comum nas roças até meados do século XX

Picuá, artefato utilizado nas roças brasileiras, como forma de transportar alimentos ou mantimentos, para as viagens realizadas pelos caminhos ou trilhas, que podiam ser a pé, a cavalo, ou carro de boi.

O termo Picuá, cuja origem é do tupi-guarani significa literalmente ¨saco amarrado( ou costurado) na ponta, para trazer às costas¨(apiquá).

Picuá (foto https://www.youtube.com/)

Picuá (foto https://www.youtube.com/)

Modo de fazer

O artefato possuía ainda variados nomes tais como patuá; piquá; apicuá; patiguá e piguá. Ele era confeccionado em lona; ou em tecido de algodão; ou pela junção de dois balaios, que eram pendurados no lombo dos cavalos ou muares.

Até meados do século XX, era muito comum o açúcar ser transportado em sacos de algodão, comercializados de forma a granel, ou em grandes sacas. O tecido das sacas era aproveitado de várias formas, uma delas era para a confecção do picuá. Os sacos eram unidos um ao outro, por um nó; e em cada um, era feito um buraco abaixo da junção, com o objetivo de colocar variados alimentos e utensílios para os tropeiros; ou para os carreiros, responsáveis por guiar os carros de boi.

Outra forma de confecção era a união de dois balaios, de tamanho médio, que eram amarrados por uma tira de couro e colocado no lombo do animal; com objetivo de transportar mantimentos mais pesados para as viagens mais longas.

Picuá (foto http://www.consciencia.org)

Picuá (foto http://www.consciencia.org)

Utilização

O artefato de tecido era muito comum entre os carreiros, que o usavam como uma bolsa colocada em seus ombros para garantir sua alimentação nas longas jornadas. Antigamente, um percurso de aproximadamente 15 km era realizado em até quatro horas. Nas estradas ou trilhas, eram realizadas as paradas para alimentação e descanso dos animais e responsáveis pela carga.

Até meados do século XX, era comum o transporte de variadas cargas, seja lenha; milho; carvão; pedras e uma infinidade de materiais, no lombo dos animais, guiados pelos cavaleiros ou carreiros. Tais profissionais iniciavam a jornada por volta das duas da manhã e só a terminavam ao escurecer da noite.

O costume de utilização dos sacos de algodão deram origem ao embornal, muito usado pelas crianças, para levar os cadernos para a escola.

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