O Brasil é um dos maiores produtores de leite do mundo, com um rebanho de cerca de 23 milhões de vacas leiteiras. A pecuária leiteira é uma atividade econômica importante para o país, gerando emprego, renda e desenvolvimento rural. Mas você sabe quais são as principais raças de gado de leite no Brasil? Neste texto, vamos apresentar as características e as informações sobre as cinco raças mais utilizadas pelos produtores brasileiros, que são: Holandesa, Jersey, Girolando, Pardo-Suíça e Zebuínas Leiteiras.

Cada raça tem suas vantagens e desvantagens, dependendo do sistema de produção, do clima, do manejo, da alimentação e do mercado. Por isso, é importante conhecer as particularidades de cada uma, para escolher a mais adequada para o seu objetivo e realidade. Veja a seguir as principais raças de gado de leite no Brasil.

• Agricultura Convencional: o que é e quais suas características

Principais raças de gado de leite do Brasil

Holandesa

A raça Holandesa é a mais conhecida e difundida no mundo, sendo originária da Holanda. É uma raça de grande porte, com pelagem preta e branca ou vermelha e branca, e com alta capacidade de produção de leite. A média nacional é de cerca de 3.500 kg de leite por lactação, mas há animais que podem produzir mais de 10.000 kg. O leite da raça Holandesa tem boa qualidade, com teores médios de 3,5% de gordura e 3,2% de proteína.

A raça Holandesa é exigente em relação ao clima, ao conforto e ao manejo, sendo mais adaptada a sistemas intensivos e confinados. É uma raça que apresenta boa longevidade, fertilidade e sanidade, quando bem manejada. É também uma raça muito usada em cruzamentos com outras raças, para melhorar o potencial leiteiro dos animais. Um exemplo é o Girolando, que é o resultado do cruzamento entre a raça Holandesa e a raça Gir.

Jersey

A raça Jersey é originária da Ilha de Jersey, no Canal da Mancha, entre a França e a Inglaterra. É uma raça de pequeno porte, com pelagem parda, que varia do escuro ao claro. É uma raça que se destaca pela qualidade do leite, que tem altos teores de gordura (4,5%) e proteína (3,8%), sendo ideal para a produção de derivados, como queijos, iogurtes e manteiga. A média nacional de produção de leite da raça Jersey é de cerca de 3.000 kg por lactação, mas há animais que podem produzir mais de 6.000 kg.

A raça Jersey é mais rústica e adaptável do que a raça Holandesa, podendo se adaptar a diferentes climas e sistemas de produção. É uma raça que tem alta fertilidade, precocidade e longevidade, além de baixo custo de manutenção. É também uma raça que pode ser cruzada com outras raças, para melhorar a qualidade do leite dos animais. Um exemplo é o Jersolando, que é o resultado do cruzamento entre a raça Jersey e a raça Holandesa.

Girolando

A raça Girolando é uma raça brasileira, que surgiu do cruzamento entre a raça Holandesa e a raça Gir. É uma raça que combina as qualidades das duas raças parentais, como a alta produção de leite, a rusticidade, a adaptabilidade e a resistência a doenças. A média nacional de produção de leite da raça Girolando é de cerca de 4.000 kg por lactação, mas há animais que podem produzir mais de 8.000 kg. O leite da raça Girolando tem boa qualidade, com teores médios de 3,8% de gordura e 3,4% de proteína.

A raça Girolando é uma raça versátil e produtiva, que pode ser criada em diferentes regiões e sistemas de produção. É uma raça que tem boa longevidade, fertilidade e docilidade, além de baixo custo de produção. É também uma raça que pode ser cruzada com outras raças, para melhorar o desempenho dos animais. Um exemplo é o Girolando 3/4, que é o resultado do cruzamento entre um animal Girolando 1/2 e um animal Holandês.

Pardo-Suíça

A raça Pardo-Suíça é originária da Suíça, sendo uma raça de dupla aptidão, ou seja, que produz tanto carne quanto leite. É uma raça de grande porte, com pelagem parda, que varia do claro ao escuro, e com manchas brancas na barriga, nas patas e na cabeça. É uma raça que tem boa produção de leite, com média nacional de cerca de 3.500 kg por lactação, mas há animais que podem produzir mais de 7.000 kg. O leite da raça Pardo-Suíça tem boa qualidade, com teores médios de 4% de gordura e 3,5% de proteína.

A raça Pardo-Suíça é uma raça que se adapta bem a diferentes climas e sistemas de produção, sendo mais rústica do que a raça Holandesa, mas menos do que as raças zebuínas. É uma raça que tem boa longevidade, fertilidade e sanidade, além de bom rendimento de carcaça. É também uma raça que pode ser cruzada com outras raças, para melhorar o potencial produtivo dos animais. Um exemplo é o Pardo-Suíço 3/4, que é o resultado do cruzamento entre um animal Pardo-Suíço 1/2 e um animal Holandês.

• Leite de vaca, um dos alimentos mais consumidos nas roças brasileiras

Zebuínas Leiteiras

As raças zebuínas leiteiras são aquelas que têm origem na Índia, sendo caracterizadas pela presença de cupim, barbela e orelhas grandes. São raças que se adaptam muito bem ao clima tropical e às condições adversas, sendo muito resistentes a doenças e parasitas. As principais raças zebuínas leiteiras são: Gir, Guzerá, Sindi e Nelore. A média nacional de produção de leite dessas raças é de cerca de 2.000 kg por lactação, mas há animais que podem produzir mais de 5.000 kg. O leite dessas raças tem qualidade variável, com teores de gordura e proteína que podem ir de 3% a 5%.

As raças zebuínas leiteiras são raças que se destacam pela rusticidade, pela adaptabilidade e pela longevidade, sendo ideais para sistemas extensivos e de baixo custo. São raças que têm boa fertilidade, precocidade e docilidade, além de bom rendimento de carcaça. São também raças que podem ser cruzadas com outras raças, para melhorar o desempenho dos animais. Um exemplo é o Guzolando, que é o resultado do cruzamento entre a raça Guzerá e a raça Holandesa.

Essas são as principais raças de gado de leite no Brasil, que você precisa conhecer e comparar. A escolha da raça mais adequada para o seu sistema de produção depende de vários fatores, como o clima, o manejo, a alimentação, o mercado e o objetivo. Por isso, é importante fazer uma análise técnica e econômica, para tomar a melhor decisão. A pecuária leiteira é uma atividade que exige planejamento, gestão e tecnologia, para ser rentável e sustentável.