O durian é um fruto originário do sudeste asiático e é amplamente conhecido como um dos mais fétidos do mundo. Seu odor forte e penetrante divide opiniões: enquanto alguns consideram o aroma insuportável, outros veem nele um atrativo cultural e gastronômico. Apesar da fama peculiar, o durian é muito apreciado em países como Malásia, Tailândia e Indonésia, onde faz parte da culinária e da identidade regional.

O apelido de “rei das frutas” reflete a importância do durian nessas culturas, mas não sem polêmicas. Seu cheiro intenso já foi responsável por proibições em hotéis, transportes públicos e até aeroportos. No entanto, para quem supera essa barreira olfativa, o sabor é descrito como uma mistura exótica de doçura e cremosidade, comparada a um pudim com notas de amêndoas.

Características marcantes do durian

O durian é facilmente reconhecido por sua aparência única. Ele possui uma casca grossa e cheia de espinhos pontiagudos, que pode medir até 30 centímetros de comprimento e pesar mais de 3 quilos. Essa estrutura protetora guarda a polpa interna, que é a parte comestível do fruto.

A polpa apresenta uma textura macia e cremosa, geralmente de cor amarelada. Cada gomo contém uma grande semente no centro. O contraste entre a aparência robusta e o interior delicado reforça o caráter excêntrico do durian. Essa combinação de dureza externa e suavidade interna é, para muitos, um dos encantos da fruta.

O aroma peculiar e suas reações

O que realmente faz o durian ser famoso — ou infame — é o cheiro. O odor é resultado da presença de compostos sulfurados voláteis, os mesmos encontrados em cebolas e no alho, mas em concentrações muito mais intensas. Esse conjunto químico dá ao durian uma fragrância descrita como mistura de gás, queijo mofado e fruta passada.

Para os apreciadores, o aroma é parte da experiência cultural de consumir o fruto. Porém, para os não habituados, pode ser repulsivo a ponto de provocar náusea. É justamente essa dualidade que alimenta a curiosidade em torno do durian e o transforma em tema de debates gastronômicos e turísticos.

Origem e cultivo

O durian é nativo do sudeste asiático, especialmente de países como Malásia, Indonésia e Tailândia. Nessas regiões, o clima tropical com chuvas frequentes e altas temperaturas oferece as condições ideais para o crescimento do fruto. Atualmente, a Tailândia é o maior exportador de durian, atendendo à crescente demanda internacional, principalmente da China.

O cultivo exige cuidados específicos. As árvores de durian podem atingir até 40 metros de altura e demoram vários anos para frutificar. A colheita é feita quando os frutos amadurecem e caem naturalmente da árvore. Isso reforça a ideia de exclusividade e raridade, pois o durian é altamente perecível e precisa ser consumido ou processado rapidamente.

Consumo e uso culinário

Apesar do odor intenso, o durian é muito valorizado na gastronomia asiática. A polpa pode ser consumida fresca, diretamente do fruto, ou utilizada em diversas receitas. Sorvetes, bolos, doces e até bebidas são preparados com durian, transformando sua cremosidade em experiências únicas.

Um dos pratos mais famosos é o sticky rice com durian, uma combinação de arroz glutinoso, leite de coco e a fruta. Além disso, há versões de milkshakes, bombons e recheios de pastelaria que conquistam turistas dispostos a enfrentar o desafio sensorial. A versatilidade do fruto demonstra como ele pode ser reinterpretado, apesar da resistência inicial ao seu cheiro.

Aspectos nutricionais

O durian não é apenas uma curiosidade gastronômica; ele também possui valor nutricional significativo. É rico em carboidratos, fibras, vitaminas do complexo B e vitamina C. Além disso, contém minerais como potássio, ferro e magnésio, essenciais para o funcionamento adequado do organismo.

Outro ponto importante é que a polpa possui alto teor energético, sendo considerada uma fonte rápida de energia. Para as populações locais, isso sempre foi um fator positivo, especialmente em regiões rurais. No entanto, o consumo em excesso deve ser evitado, pois o fruto também é calórico e pode contribuir para o aumento de peso.

Curiosidades e restrições culturais

O durian desperta tanto amor quanto repulsa, e por isso está envolto em curiosidades culturais. Em diversos países da Ásia, há placas que proíbem a entrada da fruta em transportes públicos, hotéis e estabelecimentos fechados. Isso ocorre para evitar o desconforto causado pelo cheiro persistente, que pode permanecer por horas em ambientes fechados.

Mesmo assim, o durian é celebrado em festivais e feiras locais, onde turistas e moradores podem provar diferentes variedades. Para muitos viajantes, experimentar o durian é quase um “ritual de passagem” durante a estadia no sudeste asiático, uma experiência que vai além do paladar e envolve coragem cultural.

Variedades do durian

Existem várias espécies e híbridos de durian, cada um com características próprias de sabor e intensidade do odor. Entre as variedades mais conhecidas estão o Musang King, originário da Malásia, e o Monthong, popular na Tailândia. Enquanto o primeiro é apreciado por sua textura cremosa e sabor intenso, o segundo é mais suave e menos agressivo ao olfato.

Essas diferenças contribuem para a popularização do fruto no mercado internacional. O Musang King, por exemplo, alcança preços elevados e é considerado uma iguaria de luxo em alguns países. Isso demonstra como a percepção do durian pode variar de acordo com o contexto cultural e econômico.

O durian no turismo e na economia

O durian também tem impacto no turismo e na economia dos países produtores. Muitos viajantes vão ao sudeste asiático motivados pela curiosidade de experimentar o fruto, mesmo que apenas uma vez. Restaurantes e feiras oferecem degustações exclusivas, transformando o durian em um atrativo turístico exótico.

No aspecto econômico, o aumento da exportação para mercados estrangeiros, especialmente a China, fez do durian um produto valioso. Essa demanda impulsiona agricultores locais e gera oportunidades comerciais significativas. Assim, o fruto fétido se torna, paradoxalmente, um motor de crescimento econômico e de valorização cultural.