Gralha-azul, bela ave símbolo do estado do Paraná

A gralha-azul (Cyanocorax caeruleus) é uma ave de coloração azul escura, sendo classificada como uma pássaro pertencente à mesma família dos corvos. Em grego, seu nome significa “corvo azul intenso”, justamente devido a sua belíssima cor. Este pássaro pode ser encontrado desde o sul do estado do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul, sendo mais frequente nas Matas de Araucária; desse modo, se tornou bastante conhecida por ser uma das maiores responsáveis pela dispersão dos pinhões, sementes desta grandiosa árvore.

Gralha-azul (foto: https://www.todamateria.com.br/lenda-gralha-azul/)

Como vivem?

Essa ave, que pode chegar a aproximadamente 40 cm de comprimento, tende a ter comportamento gregário; isto significa que, em geral, tende a viver em bandos de 4 a 15 indivíduos. Embora sua fonte alimentar mais bem conhecida seja o pinhão, a gralha-azul é uma espécie onívora; sendo assim, pode se alimentar tanto de sementes, quanto de frutos, ou até de pequenos invertebrados, como insetos.

No que se refere à reprodução, a gralha-azul é uma espécie que não apresenta dimorfismo sexual, ou seja, os machos e fêmeas não são diferentes. Todavia, as fêmeas costumam ser

Pinhão (foto: Evandro Marques – www.coisasdaroca.com)

menores que os indivíduos machos. Todos são responsáveis pela construção do ninho, o qual é composto de gravetos e tem, em média, 50 cm de diâmetro. Com o ninho pronto, geralmente sobre a árvore de araucária, as fêmeas botam cerca de 4 ovos, de onde saem os filhotes. Como estas aves possuem organização social, é possível que os filhotes da ninhada anterior permaneçam junto dos pais auxiliando no cuidado com os mais novos.

Como vivem em bandos, a comunicação entre os indivíduos é de extrema importância, e é feita de maneira bastante complexa: há estudos que indicam cerca de 14 vocalizações distintas, o que indica que são aves extremamente inteligentes.

Lenda da gralha-azul

Araucária (foto: Evandro Marques – www.coisasdaroca.com)

Reza a lenda que essa ave, originalmente, aparentava-se a um corvo, possuindo todas as suas penas pretas. Certo dia, pediu a Deus que lhe desse uma missão que a tornasse muito importante, e então Deus a confiou uma semente de araucária pra cuidar. O pássaro então, retirou a parte mais fina, comeu, e enterrou a parte mais grossa. Passados alguns dias, desesperada por ter procurado tanto, a gralha-azul percebeu que havia surgido uma árvore nova, cuja semente era idêntica àquela entregue por Deus. A ave cuidou da planta e passou a pegar as sementes e a fazer o mesmo que fez com a primeira. Desse modo, surgiram tantas árvores, que foi originada a floresta de araucárias do Paraná.

Vendo a boa ação que o pássaro havia feito, Deus fez com que suas penas se tornassem azuis, exceto ao redor da cabeça. O azul, assim como o céu, é para que todos, assim que olhassem para o alto, reconhecessem a gralha-azul de longe, o pássaro que deu origem à bela Mata de Araucária.

 

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