O termo viúva-negra é um nome popular utilizado para se referir às representantes do gênero Latrodectus spp., que compreende 31 espécies ao redor do mundo. Conhecida vulgarmente devido à história de que a fêmea mata o macho após o acasalamento, essa história nem sempre é assim; mas desperta a curiosidade e o imaginário de populações desde os tempos mais antigos.

Descrição

A viúva-negra é um artrópode do subfilo Chelicerata, e da classe zoológica Arachnida, na qual encontram-se outros animais bastante conhecidos, como os opiliões, o escorpião-preto e os ácaros. Desse modo, apresenta algumas características básicas, como a presença de 8 patas, ausência de antenas, presença de quelíceras próximas à região bucal para manipulação do alimento, corpo dividido em cefalotórax e abdome; além da ausência de asas.

Todavia, as espécies conhecidas como viúvas-negras se caracterizam principalmente por seu tamanho e por sua coloração. Desse modo, assim como a aranha-marrom, esta aranha é relativamente pequena, sendo a fêmea maior que o macho, chegando a cerca de 1 centímetro de comprimento; ao passo que seu parceiro permanece na casa dos milímetros. Mas vale ressaltar que, com a envergadura das pernas, seu tamanho pode chegar a 3 centímetros em média, no caso das fêmeas. Já sua coloração, se caracteriza principalmente por ser preta, com detalhes em vermelho, embora existam espécies amarronzadas.

Hábitos da Viúva-negra

Embora seja bem extravagante em termos de beleza, é uma aranha bem tímida, que, assim como grande parte dos animais, ataca somente quando se sente ameaçada. Desse modo, vive normalmente escondida embaixo de bancos, em frestas de telhados, onde produzem suas teias, através das quais capturam seu alimento, principalmente pequenos invertebrados, como insetos.

Desse modo, uma vez que a presa atingiu a teia da viúva-negra, esta, por meio de pelos táteis e tricobótrios, estruturas que sentem mudanças no fluxo de ar, consegue localizar a presa e injetar seu veneno. A partir daí, uma vez que este tem ação neurotóxica, agindo principalmente sobre o sistema nervoso da presa, tem início a imobilização desta com o uso da própria teia da aranha. E aí, meu amigo, era uma vez.

Mas essas espécies de aracnídeos são conhecidas principalmente devido a aspectos relacionados à sua reprodução. Isso porque, após a cópula, existe a lenda de que a fêmea mata o parceiro para se alimentar. Mas não é bem assim. A verdade é que o macho morre de forma acidental, e a fêmea se alimenta do cadáver dele.

Isso se deve ao fato de que, após a cópula, ao retirar seu aparelho reprodutor, também chamado de bulbo, da genitália da fêmea, o macho tira de forma tão brusca, que este acaba se quebrando. Desse modo, há a perda de hemolinfa, que é um fluido de função bem semelhante ao sangue; e o macho acaba morrendo após a cópula. Mas, não pense que a fêmea irá “chorar” a perda do amante. Ela se aproveita do cadáver, e se alimenta dele para repor as energias gastas durante o acasalamento, uma vez que é apenas um ser morto “dando sopa” em sua teia.

Acidentes com Latrodectus spp.

Os acidentes envolvendo espécies de viúvas-negras ocorrem frequentemente no nordeste do Brasil, e, conforme mencionado, se dão a partir do momento em que a aranha se sente ameaçada. Sua picada é bem dolorosa, causando contrações musculares, alteração do ritmo cardíaco, insônia, cefaleia, dentre outros sintomas. Desse modo, é importante que a vítima seja levada ao posto de saúde ou hospital mais próximo para início do tratamento com soro adequado,