Conheça o algodão de seda e suas utilidades ao homem

Provavelmente você, leitor, já viu nas beiradas de estrada, principalmente no Norte de Minas e no Nordeste brasileiro, uma planta que produz frutos que lembram escroto de animais, organizados em cachos – é o algodão de seda, também conhecido como paininha-de-seda, leiteira, queimadeira, ciumeira, flor-de-seda, janaúba, dentre outros nomes.

Conheça o algodão-de-seda

A planta pertence à família Apocynaceae, que tem como característica de muitas plantas a presença de vasos laticíferos, responsáveis pela produção de um látex (secreção leitosa). Como exemplos de apocináceas facilmente encontradas no Brasil, tem-se a alamanda, a vinca (ou boa-noite), a espirradeira e o jasmim-manga (gênero Plumeria); muitas dessas espécies são introduzidas, inclusive o algodão-de-seda (gênero Calotropis).

 

Como se trata de uma planta introduzida (o algodão de seda é originário da África Tropical e Subtropical, Índia, sul da Ásia até Malásia), não se pode esquecer que a planta pode se constituir uma praga em determinada região e contribuir para a redução da população de espécies nativas.

A planta é um arbusto, que chega a até 6 m de altura. Seu tronco apresenta um revestimento suberoso bem desenvolvido, quando bem desenvolvido, possui vários vincos (sulcos longitudinais). As folhas são opostas, bem grandes (levemente ovaladas) e subcoriáceas (bastante espessas, porém, suculentas) e possuem um pecíolo muito curto.

Algodão de seda – arbusto
(Foto; Evandro Marques)

As flores, pentâmeras (com 5 pétalas), organizam-se em inflorescências apicais, com 3 a 20 flores hermafroditas. O fruto lembra um “saco”, que se abre quando maduro (fruto deiscente), contendo numerosas sementes com um material lanoso aderido a elas, o que facilita a dispersão pelo vento.  Esse material é usado para preenchimento de travesseiros, colchões e até para produção de tecidos.

Propriedades do algodão-de-seda

Em suas áreas de origem, a planta tem uso medicinal. Por exemplo, folhas quentes são colocadas sobre a barriga para cura de dores abdominais.
Em alguns sites há descrição do uso do látex como anti-inflamatório, antirreumático e antifúngico. Além disso, há relatos do uso do látex para tratamento da malária, lepra, para picadas de escorpião, para tratamento de infecções de pele e febre. Na África, por exemplo, a planta é usada para tratamento de epilepsia,  hanseníase, elefantíase e até picada de cobra.
Estudos laboratoriais têm demonstrado a eficácia do látex como anti-inflamatório e analgésico.

As plantas medicinais não substituem o acompanhamento médico e em altas doses podem ser prejudiciais à saúde.

Algodão de seda – fruto em destaque (Foto: Evandro Marques)

Algodão-de-seda na pecuária

Como a planta é bastante resistente à seca, vários órgãos de pesquisa  vêm estudando-a para fins de uso na alimentação do gado.
A planta possui um teor de proteína elevado (entre 13% e 19%) e possui boa aceitabilidade pelos animais. Na Emater do Rio Grande do Norte, por exemplo, a planta passou por um processo de secagem (48 horas) para redução da toxina e foi usada no preparo do feno, usado na alimentação de ruminantes.
Estudos realizados pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelam um efeito carrapaticida do algodão-de-seda.

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