Nos últimos dias, o estado do Paraná experimentou chuvas acima da média, criando obstáculos significativos para a produção agropecuária local.

Esse fenômeno climático tem afetado diretamente a qualidade e a quantidade de diversas culturas, incluindo trigo, soja e milho.

Impacto das chuvas na produção agropecuária

De acordo com um recente relatório, a produção de trigo sofreu a maior retração, com uma queda considerável na classificação de áreas consideradas boas para colheita. Originalmente, 65% das áreas eram vistas como adequadas; agora, apenas 42% mantêm essa classificação. Com a deterioração das condições, é provável que a produção estimada de 3,86 milhões de toneladas seja ajustada para baixo.

As culturas de soja e milho, ainda em processo de plantio, também não ficaram imunes às adversidades climáticas. Enquanto 92% das lavouras de soja permanecem em boas condições, a situação do milho é mais preocupante, especialmente nas regiões sul do estado, onde as chuvas foram mais intensas.

Por outro lado, o feijão, um dos pilares agrícolas do estado, teve sua qualidade comprometida pelo excesso de umidade. Os dados mostram um aumento nas áreas classificadas como ruins, e uma diminuição nas áreas boas. O plantio, que chegou a 83% da área estimada, enfrenta atrasos devido à alta umidade do solo, dificultando a operação de máquinas.

Além das grandes culturas, vale destacar a produção de jabuticaba no Paraná. Em 2022, essa fruta ocupou 104 hectares, gerando uma produção de 1,3 mil toneladas. As principais regiões produtoras incluem Cascavel, Curitiba e Francisco Beltrão, com Adrianópolis liderando o ranking de municípios produtores.

A indústria láctea também registrou mudanças. Em outubro, houve uma diminuição de 6,4% no valor pago ao produtor pelo litro de leite, marcando o quinto mês consecutivo de queda.

Em contraste, as exportações de mel caíram 30% em 2023, com o Paraná contribuindo com 1.595 toneladas para o mercado global.

Em suma, as chuvas intensas no Paraná estão moldando o cenário agrícola, com implicações para produtores, consumidores e a economia do estado. A vigilância contínua e as estratégias adaptativas serão essenciais para navegar por esses tempos incertos.