A jararaca é uma serpente da família Viperidae, que possui um órgão sensorial chamado de fosseta loreal, localizado entre o olho e a narina, que permite detectar o calor das presas.
A jararaca pertence ao gênero Bothrops, que reúne cerca de 45 espécies de serpentes peçonhentas distribuídas pela América Central e do Sul. A espécie Bothrops jararaca é uma das mais comuns e importantes do ponto de vista médico, pois é responsável por cerca de 90% dos acidentes ofídicos no Brasil.
Características da Jararaca
A jararaca tem esse nome de origem tupi, que significa “grande cobra”. Ela também é conhecida por outros nomes populares, como jararaca-do-campo, jararaca-do-cerrado, jararaca-dormideira, jararaca-preguiçosa e jararaca-verdadeira.
Ela pode medir até 1,6 metro de comprimento, mas a média é de 1 metro, tendoum corpo robusto, com uma cabeça triangular e olhos com pupila vertical. A coloração varia entre marrom, esverdeado, amarelado e cinza, com manchas em forma de ferradura na lateral do corpo, que facilitam a camuflagem no ambiente. A região ao redor da boca tem escamas de cor ocre uniforme.
Habitat e distribuição geográfica
A jararaca habita principalmente a Mata Atlântica, mas também pode ser encontrada em áreas de Cerrado e Caatinga. Ela ocorre do estado da Bahia até o Rio Grande do Sul, no Brasil, e em regiões adjacentes no Paraguai e na Argentina. A jararaca prefere ambientes úmidos, como beira de rios e córregos, onde também se alimenta de ratos e sapos, suas presas mais frequentes. Ela também pode se adaptar a áreas antrópicas, como plantações e pastagens, onde encontra abrigo e alimento.
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Quero meu Ebook!A jararaca é uma serpente terrestre, mas também pode subir em árvores e arbustos. Ela é de hábito crepuscular e noturno, ou seja, sai para caçar ao entardecer e à noite. Durante o dia, ela se esconde debaixo de folhagens secas e úmidas, onde também gosta de tomar sol após a chuva.
Quando ameaçada, ela se achata e bate a cauda sobre as folhas, produzindo um ruído característico. Ela também pode erguer a cabeça e abrir a boca, mostrando os dentes inoculadores de veneno, chamados de presas. A jararaca é uma serpente agressiva e pode atacar se for perturbada.
Reprodução e ciclo de vida
A jararaca é uma serpente vivípara, ou seja, não bota ovos, mas dá à luz aos filhotes. A reprodução ocorre entre os meses de setembro e novembro, quando os machos procuram as fêmeas e disputam entre si pelo direito de acasalar. O acasalamento pode durar várias horas e envolve a cópula e a troca de feromônios.
A gestação dura cerca de seis meses e o parto acontece entre os meses de fevereiro e abril, coincidindo com a estação chuvosa. A fêmea pode ter de 8 a 40 filhotes por ninhada, que nascem com cerca de 20 centímetros de comprimento e já são capazes de injetar veneno. Os filhotes são independentes desde o nascimento e se dispersam logo após o parto.
A jararaca tem uma expectativa de vida de cerca de 15 anos na natureza. Ela é uma serpente ectotérmica, ou seja, depende da temperatura externa para regular a sua temperatura corporal. Por isso, ela busca locais mais quentes ou mais frios, conforme a sua necessidade. A jararaca também realiza a ecdise, que é a troca periódica da pele, que serve para eliminar parasitas e permitir o crescimento do corpo.
A ecdise ocorre cerca de quatro vezes por ano e dura alguns dias, durante os quais a serpente fica mais vulnerável e se esconde. A pele velha é descartada em um único pedaço, do focinho à ponta da cauda.
Veneno e importância médica da Jararaca
O veneno da jararaca é uma mistura complexa de substâncias que atuam sobre o sistema circulatório, provocando hemorragias, coagulação, inflamação e necrose dos tecidos. O veneno também pode afetar o sistema nervoso, causando dor, náusea, vômito, tontura e convulsões. O acidente com a jararaca pode ser fatal se não for tratado adequadamente com o soro antiofídico, que neutraliza os efeitos do veneno.
Os sintomas mais comuns são dor, inchaço, vermelhidão e sangramento no local da mordida, que podem se estender para todo o membro afetado. Em casos mais graves, pode haver insuficiência renal, choque e necrose, que pode levar à amputação do membro.
Apesar do perigo que representa, o veneno da jararaca também tem um grande valor científico e farmacológico, pois contém substâncias que podem ser usadas para o tratamento de diversas doenças. Um exemplo é o peptídeo potenciador da bradicinina (BPP), que foi isolado da peçonha da jararaca pelo cientista brasileiro Mauricio Oscar da Rocha e Silva, em 1949.
Esse composto serviu de base para o desenvolvimento do captopril, um medicamento usado para o tratamento de hipertensão e insuficiência cardíaca, que foi criado pelo farmacologista Sérgio Henrique Ferreira, em 1975. Atualmente, outros grupos de pesquisa no Brasil estudam outras propriedades do veneno da jararaca, como possíveis efeitos contra doenças neurodegenerativas e trombose.
Conservação e curiosidades
A jararaca é uma serpente que desempenha um papel importante no equilíbrio ecológico, pois se alimenta de roedores e anfíbios, que podem transmitir doenças aos humanos e às plantações. Além disso, a jararaca é uma fonte de recursos genéticos e biotecnológicos, que podem contribuir para o avanço da ciência e da medicina. No entanto, a jararaca enfrenta diversas ameaças, como a destruição e a fragmentação do seu habitat, a caça ilegal, o tráfico de animais, a poluição e o atropelamento. A jararaca é uma espécie que está na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), na categoria de menor preocupação, mas que requer medidas de proteção e conscientização.
A jararaca é uma serpente que desperta o fascínio e o medo das pessoas, por sua beleza e seu veneno. Ela é protagonista de lendas, mitos e histórias, que retratam a sua força e a sua astúcia. Ela também é símbolo de diversas instituições, como o Instituto Butantan, que é o maior produtor de soros antiofídicos do Brasil, e o Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1) da Marinha do Brasil, que tem a jararaca como seu emblema.
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